quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Para evitar a pressão alta, consuma até uma colher de chá de sal por dia


Média de consumo diário do brasileiro, porém, é mais que o dobro disso.
Cerca de 25% da população tem hipertensão, que costuma ser silenciosa.

As pessoas comem sal o tempo todo, muitas vezes sem perceber. Não é porque você não adicionou o condimento à comida que ela já não esteja salgada o suficiente – e até mais que o recomendado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, os brasileiros devem ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma colher de chá. A média de consumo, porém, é de 12 gramas diários.

Quando o pai e a mãe são hipertensos, a chance de o filho ter pressão alta é de 60%. E metade dos casos de hipertensão – que atinge 25% da população – é causada pelo excesso de sal, composto por cloreto de sódio (40%) e cloreto de potássio. Segundo a cardiologista Ludmila Hajjar e o nefrologista Décio Mion, um pacote de 1 kg deve durar quase dois meses para uma família de quatro pessoas. 

Sal valendo (Foto: Arte/G1)

A médica destacou ainda que pressão baixa não é doença nem deve ser tratada com sal. E, para medir corretamente a pressão arterial, é preciso procurar um profissional qualificado e estar em repouso por pelo menos 30 minutos.

Para saber a quantidade de sal em um alimento, basta multiplicar o valor de sódio no rótulo de um alimento por 2,5. Exemplo: algo com 500 mg de sódio tem 1,25 g de sal.

Alimentos prontos – como congelados, enlatados e produtos em conserva – já são bastante condimentados por si sós, porque o sódio age como conservante, para prolongar a vida útil do conteúdo.

Se você passar da medida de sal, pode sofrer também de doenças cardiovasculares, problemas renais e até câncer.

Os doces e os refrigerantes também contêm sódio/sal. Além deles, as massas instantâneas, pães francês e de forma, bisnaguinhas, bolos prontos, batata frita e palha apresentam alta concentração.

Efeitos da hipertensão

A maioria dos hipertensos não sente nada. O problema não dá sinais nem sintomas de que já está instalado no organismo. Alguns indivíduos, porém, têm tontura, vista embaçada, palpitação e dor de cabeça, além de zumbido no ouvido e visão de pontos brilhantes.

O excesso de sal ajuda a reter líquidos e aumentar o volume e a pressão sanguíneos. O sangue bombeado com mais força agride o revestimento dos vasos (endotélio), provoca pequenas cicatrizes e contribui para o entupimento das artérias.

As consequências da hipertensão nos diversos órgãos estão relacionadas principalmente à lesão dos vasos e à sobrecarga para o funcionamento deles.

Como o coração é um músculo, ao fazer mais força ele aumenta de tamanho – da mesma forma que o bíceps de um halterofilista. Essa hipertrofia dificulta ainda mais a chegada de oxigênio e nutrientes.

Se um trombo se formar em um vaso cardíaco, pode ocorrer um infarto, que é a morte desse tecido. Caso a mesma lesão aconteça em um vaso que irriga o cérebro, pode haver um acidente vascular cerebral (AVC), também chamado de derrame.

Dicas para controlar a hipertensão

Perder peso é a forma mais efetiva de baixar a pressão sem usar remédios. E não é necessário emagrecer demais: em média, uma redução de 5 kg diminui a pressão em 5 mm Hg.

Fazer exercícios também ajuda no controle da hipertensão, melhora o nível de colesterol e o índice glicêmico. O objetivo deve incluir 30 minutos de atividade aeróbica pelo menos três vezes por semana.

Além disso, beber álcool em quantidade moderada traz benefícios cardiovasculares, mas o consumo de mais de dois drinks por dia já eleva a pressão.

Meta brasileira

Até 2022, o Brasil espera atingir os 5 gramas diários de consumo de sal, como parte do Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).

A indústria de alimentos também aderiu ao objetivo, e assinou um termo de compromisso com o Ministério da Saúde para estabelecer um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, começando por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas.

Até o fim de 2011, será a vez dos biscoitos (cream cracker, recheados e maisena), embutidos (salsicha, presunto, hambúrguer, empanados, linguiça, salame e mortadela), caldos e temperos, margarinas vegetais, maioneses, derivados de cereais, laticínios (bebidas lácteas, queijos e requeijão) e refeições prontas (pizza, lasanha, sopas e papinha salgada).

Do g1.globo.com