Diante dos ataques criminosos ocorridos na capital e na região metropolitana desde domingo (21), o pesquisador da área de segurança pública e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Paulo Jorge Ribeiro, disse hoje (24) que a população deve defender as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Apesar do medo da população decorrente dos incêndios de ônibus e de carros no Grande Rio, o professor avalia que a estratégia das UPPs livrou áreas marginalizadas de quadrilhas armadas, embora as unidades necessitem de vários ajustes. Funcionando em 12 favelas, as UPPs ocuparam permanentemente comunidades dominadas pelos traficantes, expulsando os criminosos, mas sem desarticular as quadrilhas.
Ribeiro também disse que a Secretaria de Segurança Pública tem enfrentado os ataques com inteligência, mapeando os locais onde ocorreram as ações criminosas. Para ele, a maior dificuldade é tranquilizar a população, que não deve culpar a política adota pelo estado para enfrentar o tráfico, "um inimigo comum".
"Pela primeira vez na história do Rio, estamos lidando com uma política que toma o controle de territórios dos traficantes. Não é em todo Rio. Não é ampla e cidadã. É passível de várias críticas e tem que ser expandida. Precisa de ajustes constantes, mas é uma vitória da população pobre carioca que vivia acuada", afirmou.
De acordo com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o tráfico está reagindo por ter perdido o controle de áreas lucrativas. Durante entrevista, ontem (23), afirmou que há indicativos de que duas facções rivais tenham se aliado e que as ordens para os ataques partiram de dentro dos presídios.
Um motorista de van que circula em Santa Cruz, zona oeste, presenciou o ataque a um ônibus, na manhã de hoje. "Foi uma correria danada, um desespero total. Não deu para parar. Os bandidos jogando gasolina, o ônibus pegando fogo e as pessoas correndo. Um horror", disse. "Ninguém quer rodar desse jeito. A coisa tá complicada", completou.
Para tentar sufocar as ações, a secretaria obteve da Justiça Federal a autorização para transferir pelo menos oito detentos para penitenciárias federais de segurança máxima, em outros estados. O órgão informou que divulgará os nomes e os detalhes da operação apenas quando os criminosos chegarem aos seus destinos.
Da Agência Brasil
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