O número notificações de casos de dengue no Rio Grande do Norte já chega a 14 mil. A informação foi dada ontem pelo secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, durante uma audiência de autoridades públicas do setor com deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Na ocasião, Arruda também destacou que, no início de 2011, especialistas previam que a doença não atingiria mais do que 2 mil pessoas, ao longo de todo o ano, no estado.
Ao longo da audiência, o secretário também lamentou o fato do estado ter o maior número de casos graves da região Nordeste, situação que alarmou o Ministério da Saúde. Segundo ele, um dos problemas da alta incidência da doença em Natal foi a irregularidade da coleta de lixo. Domício Arruda afirmou que todas as cidades brasileiras que tiveram problema com o lixo aumentaram proporcionalmente os números de casos de dengue.
Ajuda
Outro encontro para debater problemas relacionados à dengue, que aconteceu ontem, ocorreu na Sesap e contou com o coordenador do Plano Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. Da discussão, as autoridades da área saíram com a informação de que a epidemia da doença passará a ser combatida e tratada com ajudas substanciais do Governo Federal, em 10 ou 15 dias. Giovanini Coelho reuniu-se com os secretários de saúde do Estado e de Natal.
Dentro de uma semana, os primeiros investimentos já deverão ser realizados em hospitais de Natal. Segundo Domício Arruda, leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) deverão ser instalados nos próximos dias. "Já na próxima semana, dez leitos voltados para o tratamento semi-intensivo serão abertos no Hospital Infantil Maria Alice, para tratamento de casos de dengue", afirmou ele. Já no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel passará a funcionar uma unidade inteira de terapia intensiva, voltada exclusivamente para o tratamento de pacientes com a doença, dentro de 15 dias.
Para isso, o Governo do Estado contará com a parceria da Prefeitura Municipal do Natal para a contratação de médicos e enfermeiros que componham o quadro de saúde dos hospitais e as unidades possam ser abertas.
Acompanhando o seu desenvolvimento comum, a epidemia deverá acabar dentro de 60 dias. Por isso, os investimentos na área de tratamento e combate deverão ser urgentes. Segundo o que foi acertado na reunião, até a próxima quarta-feira os executivos estadual e municipal deverão apresentar planos de combate emergenciais ao Ministério da Saúde. "Assim que os projetos chegarem ao ministério serão prontamente analisados e a verba será liberada", afirma Giovanini Coelho. Segundo ele, o principal objetivo deste momento, em que a epidemia está próximo do fim, é impedir as mortes. O estado já teve registrados, até o dia 14 de maio, 22 casos de óbitos suspeitos de serem causados pela doença.